julie azevedo
Since 86. Queer person. leitora que escreve & escritora que lê. escuto música, bebo café e sou adepta do slow living e slow content. Aqui temos praticamente 15 anos de história. arte: yelena bryksenkova

Minhas leituras recentes

via Unsplash

Tenho procurado assuntos sobre livros para escrever aqui, pois quando comecei com esse blog ele tinha muitos posts sobre livros; então surgiu um momento em que minhas ideias começaram a se esvair, acabei criando o canal sobre livros para tentar falar mais sobre eles, e praticamente deixei a casinha sem mais posts sobre livros e leituras. 
Para mudar isso, em meio ao nosso querido BEDA, a gente tanta fazer o melhor possível, não é mesmo? Por isso pelo menos uns dois temas sobre livros e leituras eu trarei esse mês. ;)

Então por que não começar pelos livros que li recentemente. Falarei das leituras de Janeiro, Fevereiro e Março (em algum outro post posso falar do andamento de mais leituras, ou simplesmente esperemos Abril passar, hehe). Tentarei ser breve em falar de cada livro, porém não prometo, pois quem me conhece sabe que quando começo a falar de livros, é difícil parar, rs.


Leituras de Janeiro

Resumirei cada uma das leituras que fiz no primeiro mês do ano. Para ter algo mais completo, você pode dar uma olhadinha no meu vídeo, que fiz para o canal literário. Não é super necessário, mas comento um pouco mais sobre cada livro por lá... Então fica a escolha de cada um, sem pressão, hehe.
obs: vou colocar na ordem que li mesmo, assim fica mais organizadinho, rs


PLACAS TECTÔNICAS
, de Margaux Motin. Foi um quadrinho muito gostoso de ser lido. Me identifiquei com Margaux por estar na casa dos 30, mas mais do que isso, algumas situações são muito semelhantes com o que faço no meu cotidiano. Alguns pensamentos também me passam pela cabeça, e aquela história da "crise dos 30" é um pouco real, confesso, rs. O traço da HQ é muito autoral e bonito; com toques de realidade, o que só deixa tudo mais interessante.

COMO FALAR COM GAROTAS EM FESTAS, de Neil GaimanFábio Moon e Gabriel Bá. O conto de Neil Gaiman tomou forma pelo traço dos irmãos gêmeos, e não poderia ser menos do que sofisticado. Porém a história não me marcou. É inegável o talento dos irmãos, contudo houve alguma falta de carisma por parte da história contada. Talvez tenha sido o próprio conto que, para mim, acabou não sobrevivendo ao tempo; ainda não posso dizer que foi isso, pois não o reli, mas o farei em breve para uma conclusão mais precisa. De qualquer modo, vale a leitura.

MY TAKE ON ME,  de Morten Harket. Vivo dizendo por aí, mas a-ha é a banda que me acompanha desde muito pequena. Então não é de se espantar que eu goste de acompanhar a trajetória dela. O livro é um grande compilado de acontecimentos na vida dos três integrantes, mas mais do Morten, que é o vocalista. A história da banda é emocionante, principalmente a parte da infância e adolescência. Infelizmente alguns deslizes acontecem com a narrativa e o modo como escolheram organizar a história. Contudo ainda é um bom livro para quem se interessa ou é fã da banda — como eu.


YUYU HAKUSHO #5
, de Yoshihiro Togashi. Até o momento o mangá está divertido, puro entretenimento — como o anime sempre foi para mim. E isso é ótimo! A crítica é ao scan que estou usando para ler. Não pude adquirir a série em formato físico, então dependo de ler no computador, com uma tradução abismal. Por isso estou demorando para ler os próximos volumes... Mas é o que temos para hoje, sabe? Hm.

ROMANCISTA COMO VOCAÇÃO, de Haruki Murakami. Não sei nem falar o quanto esse livro é essencial para quem gosta de escrever. E para quem só gosta de ler também. De uma maneira simples e acessível, Murakami explica em capítulos como se tornou escritor; por quê prêmios literários não são sempre importantes; como lida com a criatividade; sobre as escolas serem importantes — ou não — para a formação de um escritor, entre muitos outros assuntos. É fabuloso, sério. Se você se interessa minimamente por esse assunto, sugiro, com veemência, que leia esse livro o quanto antes. Vai valer cada segundo.

EM LOUVOR DA SOMBRA, de Junichiro Tanizaki. Um ensaio que nos mostra como os orientais, mais precisamente os japoneses, valorizam a beleza da escuridão, da sombra e seu equilíbrio com a claridade. Em vários aspectos da cultura, como num simples jogo de chá, passando pelo teatro japonês, Tanizaki se esmera em alguns tópicos. Ainda assim achei o livro com um tom um tanto vaidoso. Um pouco de humildade não faria mal. É um livro intrigante, de qualquer modo.


Leituras de Fevereiro

Estava lendo mais ou menos a mesma quantidade de livros e quadrinho nesse mês também (menos um, pois não li mangás), o que foi curioso. Mas em compensação, as leituras estavam mais intensas, por assim dizer.


RETALHOS
, de Craig Thompson. Primeira releitura do ano. Não que esteja planejando muitas releituras, mas não vou me privar se quiser reler muito alguma obra. Ainda continua sendo uma das minhas HQs preferidas. Nela Thompson fala de seus próprios conflitos frente ao temor a Deus, seus desejos e experiências adolescentes em um "mundo" subjugado pelo olhar da divindade que todos os adultos colocam como sendo o certo, o correto a se seguir. Evidentemente que não é só isso; as ilustras de Thompson são visualmente deslumbrantes; possuem uma sensibilidade à parte. Provavelmente sempre irei me comover com esse quadrinho.

TU NÃO TE MOVES DE TI, de Hilda Hilst. Não conseguirei explicar do que o livro se trata, pois não o entendi em boa parte. Mas posso dizer que foi uma experiência muito importante ter lido esse livro. Percebi que mesmo autores que temos dificuldade em compreender precisam, em algum momento, nos desafiar para que possamos nos tornar leitores mais críticos; mais completos. Hilda ainda vai ocupar lugares na minha estante.

FICO BESTA QUANDO ME ENTENDEM, de Cristiano Diniz (org.). Algo parecido aconteceu com este livro, porém a leitura foi muito mais intensa do que a do anterior. Pois aqui estão reunidas algumas entrevistas com HH. A primeira de quando tinha apenas 22 anos, até chegar em seu penúltimo ano de vida. Foi uma leitura que mexeu comigo profundamente. Saber (pois conhecer, segundo a própria Hilda, é algo muito mais profundo do que se pode imaginar) sobre sua vida, seus anseios e medos, me fez pensar como os outros só julgam as pessoas sem conhece-las e saber os motivos para que sejam como o são. Enfim, é um livro bem complexo, não por ser difícil, e sim por tudo o que HH tinha para dizer.



SÓ GAROTOS
,  de Patti Smith. Memórias de Patti sobre sua estadia em NY e seu relacionamento com Robert Mapplethorpe. E devo dizer que é um livro nada mais nada menos do que adorável. Sim, a veremos falar sobre drogas — e não porque usava, já que Patti era uma das poucas artistas da década de 70 que não usava drogas injetáveis ou pesadas, apenas maconha — sobre os descobrimentos de Robert e sua homossexualidade; ídolos como Jimi Hendrix e Janis Joplin que viu morrerem jovens. Tudo isso é abordado da maneira mais natural e real possível, fazendo com que o livro não seja um leitura lenta ou pesada, muito pelo contrário. Estou ansiosa, agora, por Linha M.

O QUINTO BEATLE, de Vivek L. Tiwary e outros. Como vemos na capa, essa é a história de Brian Epstein, empresário dos Beatles. Ele transformou a imagem, qualidade da banda para que alçassem voo e fizessem sucesso mais rápido. E conseguiu. Tudo o que ele imaginava para a banda se concretizou, às custas de sua saúde, infelizmente. O traço do quadrinho é primordial.


Leituras de Março

Já no terceiro mês minhas leituras se basearam mais em mangás do que em livros, rs. Isso se deve pela releitura de Card Captor Sakura. Acabei lendo os 12 volumes da série durantes os últimos quinze dias do mês, haha. Mas não me arrependo nem um pouco, pois era isso que estava com vontade de ler e foi isso que fiz.


O FILHO DE MIL HOMENS
, de Valter Hugo Mãe. Este é meu segundo livro de VHM. A cada leitura tenho mais certeza que o autor é dotado de uma sensibilidade ímpar para contar histórias de pessoas humildes, simples; mas histórias extraordinárias sobre elas. E isso é o que chama mais minha atenção em seus livros. Pessoas com uma "vida fora da curva" que ganham um "presente" em sua existência. São cativantes e emocionantes.

A DIFERENÇA INVISÍVEL, de Mademoseille Caroline & Julie Dachez. Se você não sabe nada sobre pessoas com Autismo e/ou quer entender porque eles agem e tem uma vida relativamente diferente das pessoas "comuns", esse quadrinho pode ajudar muito, pois é recheado de informações extras sobre o assunto. Claro que ele não se resume a isso, e acompanhamos Marguerite pela descoberta do seu tipo de autismo. É lindo ver como ela se sente bem quando sabe o que tem e porque tinha uma rotina diferente das pessoas a sua volta. É uma HQ com suavidade, e muito importante.


CARD CAPTOR SAKURA
, de CLAMP. Minha segunda e grande releitura do ano. Grande porque li todos os 12 volumes do mangá em, praticamente, quinze dias. Sem um pingo de arrependimento. Minha história e mangá preferida, nessa segunda leitura só me confirmou isso. Gosto de outros mangás, me divirto e emociono com eles, mas sei lá, Sakura me dá nostalgia da época pré-adolescente/adolescente em que assistia ao anime nas tardes preguiçosas na minha cama. Não tem preço lembrar desses momentos tão bons que não voltam mais. Gosto muito da segunda parte, tanto do anime quando do mangá, pois é quando ela começa a mudar a forma das cartas, entre outros acontecimentos especias que ocorrem, rs.


Minha nossa, que post enorme!!! Não imaginava que ficaria gigante assim 😆; imagino que a culpa seja, também, por ter muitas imagens. Porém vale a pena por se tratar de livros, não é? Mesmo assim peço desculpas, não desista de mim.
Penso em fazer um post desses de vez em quando, mas sem deixar acumular tantas leituras, para que sejam mais curtos e sucintos, rs. Pelo menos coloquei em dia minhas leituras por aqui, ou em algum lugar da internet (?).

Logo teremos mais posts sobre livros no bloguinho, então se esse assunto lhe interessa, fique ligadinha(o). ;)


J.

Comentários

  1. Juro que tentei duas vezes ler o Hugo Mãe, mas meldels, não vai. Não sei o que acontece, não consigo simpatizar com a narrativa dele. Já o Placas Tectônicas é um dos meus quadrinhos favoritos.♥

    Momentum Saga

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    1. Que pena, Capitã. Eu gosto bastante da narrativa do Hugo Mãe, é um dos motivos pelos quais o leio, hehe.
      Placas tectônicas é muito legal, sim!
      Beijins!

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  2. Tenho muita vontade der ler algo da Hilda Hist e do Murakami! E nossa que saudades de ler os mangás e ver o anime da Sakura Card Captors, eu amava demais <3

    http://almanaquedeoutono.wordpress.com

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    Respostas
    1. Dois autores bem diferentes, mas muito interessantes a sua maneira, hihi.
      Sakura é só amor <3
      Beijins!

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  3. Adorei sua lista de leitura. E diferente do que vemos por aí:)

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