julie azevedo
Since 86. Queer person. leitora que escreve & escritora que lê. escuto música, bebo café e sou adepta do slow living e slow content. Aqui temos praticamente 15 anos de história. arte: yelena bryksenkova

Me Chame Pelo Seu Nome (Call me by your name, 2017)


Já faz mais de dois meses que eu assisti ao filme; que eu tenho ouvido a trilha sonora assiduamente toda semana desde então, mas ainda não tinha conseguido vir aqui contar como foi essa experiência. E já adiantando: sim, foi mais do que apenas assistir à um filme. Acabou que tive uma ligação com ele, que nem sei se vou conseguir exprimir em palavras. Porém vou tentar.

Na semana em que decidi por ir assistir ao filme eu estava muito agitada; aquela semana estava sendo mais dinâmica do que o normal, e também porque eu já tinha planejado ir assistir tempo atrás e estava enrolando para assisti-lo no cinema. Ao mesmo tempo em que eu fiquei receosa em criar expectativas e me decepcionar, senti que ia acabar gostando do filme só pelo simples fato de me parecer um filme, de certo modo, inocente e imageticamente belo. Contudo ele foi muito mais do que isso. Foi um belo jogo de conquista entre apreciar uma boa obra e uma experiência que, pessoalmente, me tocou profundamente.

A história nos é apresentada de forma tranquila, com Oliver chegando, em um dia muito quente de verão, em algum lugar da Itália, para ajudar um professor com seus estudos e pesquisas. Entende-se que isso já é um costume, então mais uma vez Elio tem que ceder seu quarto para o hóspede, que num primeiro momento — e um pouco mais que isso também — parece irritá-lo por estar lá. Os dois são apresentados; Elio acompanha, sem muito interesse, Oliver em algumas atividades pela cidade, todavia lá no fundo algo no moço alto, loiro, como um monumento grego (e as referências a isso são inúmeras) começa a despertar interesse no adolescente.

Além do mais, a família de Elio é diferente e isso tem uma influência enorme sobre isso. São cultos, falam muitas línguas e possuem uma inteligência atípica. Por esse motivo, Elio possui muitas qualidades que, talvez, exacerbam sua primeira opinião acerca de Oliver. No entanto isso é deixado de lado quando ele percebe que o estrangeiro é tão ricamente qualificado quanto ele. Então seus encantos caem sobre Elio como algo semelhante e identificável.


Não preciso entrar em detalhes de como eles irão se entregar a uma paixão arrebatadora, certo? Pois bem. O mais bonito de ver no filme é a maneira sensível e delicada como isso acontece. Não é tão de repente, entretanto não demora muito mais tempo. Digamos que acontece no tempo exato em que eles decidem por uma trégua nos pequenos "ataques" que estavam proferindo um ao outro (pelo ciúmes e insegurança de Elio, creio eu). Se conhecem e se entregam tão belamente, que não preciso mais dizer nada sobre isso.

Há controvérsias sobre algumas cenas, e não vou explica-las aqui para evitar spoilers. A única coisa que posso dizer é que para minha visão das coisas, tudo foi muito bonito e terno.

Você pode querer não assistir, porém recomendo pelo menos que veja para um criticidade cinematográfica, pois o filme também possui um visual fascinante. As locações onde foi filmado são de tirar o fôlego; e muitos não deram bola, mas achei a fotografia límpida e sofisticada.
Sobre a música acho que fica até repetitivo falar, mas é sim uma trilha sonora primordial, que encaixa perfeitamente com toda a história contada. Só dar uma olhada no trailer que pode-se ter uma ideia. ;)



Se ainda assim o interesse não aguçou, acho que ler o livro pode ser uma opção. Entretanto fiquei sabendo que ele é bem mais explícito que o filme (que nem o é). E penso que é mais fácil ser cativada pela película, pois o livro é necessário tempo e um pouco mais de boa vontade, rs.

Finalizando, assista e tire suas próprias conclusões, mas corre-se o risco de apaixonar-se perdidamente por essa linda — e singular — história de amor. ♥


J.

Comentários

  1. Já é um dos meus filmes favoritos da vida!!! O livro é muito bom também, mas é diferente. Enquanto no filme acompanhamos o desenrolar da história no tempo dela, no livro Elio conta a história da perspectiva de uma memória. E o livro avança pelos anos, que é o que o diretor quer explorar mais no futuro =).

    O filme em si é uma história de amor, de primeiro amor, de amadurecimento, de um verão idílico. Tem um pouco pra todo mundo e acho que por isso muita gente se apaixona!

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    Respostas
    1. O livro não li ainda, mas pretendo, tenho muita curiosidade.

      Exatamente! É um romance lindo.

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