julie azevedo
Since 86. Queer person. leitora que escreve & escritora que lê. escuto música, bebo café e sou adepta do slow living e slow content. Aqui temos praticamente 15 anos de história. arte: yelena bryksenkova

5 livros de não-ficção que amo

Esse negócio de escolher um gênero literário não andava funcionando para mim fazia um bom tempo. Quando era mais nova podia dizer que o gênero que mais gostava e procurava era fantasia, contudo os anos foram passando e fui descobrindo muitos outros tipos de livros; tipos de literatura então se abrangeram tanto na minha vida que comecei a dizer que não havia um gênero que eu preferisse.

Entretanto, de uns tempos para cá eu tenho gostado demais de ler não-ficção. Na não-ficção entram outras várias categorias, como biografias, ensaios, entrevistas etc. Tenho apreciado muito em ler esse tipo de literatura que, nesse momento se me perguntarem, posso enfim dizer que tenho o meu gênero preferido. 
Por esse motivo vim aqui indicar cinco livros que se tornaram favoritos da vida em pouco tempo, pois são livros deliciosos e fascinantes, e acho que precisam ser lidos pelo maior número de pessoas possíveis, rs.

Mostrarei meu raking atual, lembrando: em algum momento pode mudar porque a gente lê sempre e conhece outras leituras maravilhosas eventualmente. x)


Nesse livro fabuloso de entrevista com Susan Sontag, ela e Jonathan Cott conversam sobre tudo o que você possa imaginar. Cultura, fotografia, política, literatura, sociedade etc. Tudo é abordado por eles de uma maneira solta, mas muito intelectual, muito agregadora. E eu não sabia o que marcar mais no livro, pois queria destacar todas as coisas que Susan falava, pois ela foi a mulher mais inteligente do mundo! Ok, posso estar exagerando, mas sei que ela era uma mulher extraordinária, a frente do seu tempo em diversas questões. Para mim o que ela escreveu vale ouro, e pretendo ler tudo dela o quanto antes.
Esse é um livro muito bom para começar a conhecer Susan, pois ela se mostra muito aberta, questionadora e reveladora nessas entrevistas. Então é um modo interessante de se conhecer os ideais e as ideias que ela tinha.

SOBRE A ESCRITA, de Stephen King.

Pelo que me lembro, foi o primeiro livro sobre escrita que li oficialmente. Também foi o primeiro que fiz anotações, marquei com muitos post-its e flags, como se tudo o que King estava falando fosse primordialmente importante. Muitas coisas são mesmo, outras são mais curiosas, como relatos de quando vivia com a mãe e com o irmão; quando amedrontava as babás, porque ele e o irmão eram impossíveis, rs. O início do livro é como uma auto biografia que King fala desde a infância, o que o fez gostar tanto de historias de terror e se tornar o escritor desse gênero mais popular.
No fim do livro, após muitas dicas, ensaios sobre o que um escritor deve "ter", há uma lista de livros favoritos e que o ajudaram no incentivo para escrever muito todos os dias.


NA NATUREZA SELVAGEM, de Jon Krakauer.

Estou ensaiando reler esse livro desde que o terminei a primeira vez, lá em 2015, rs. Vivo reassitindo ao filme para permanecer com a história. Para mim é um livro incrível em que Chris McCandless é estudado por Jon, tentando entender mais detalhadamente os motivos pelo quais Chris fugiu de casa. Quais suas ideias de se perder na natureza inóspita do Alasca e como faleceu tão cedo. Jon destrincha as informações das entrevistas que conseguiu. Fala com a maioria das pessoas que teve contato com Chris, com a família, e traça um paralelo consigo mesmo. Sabendo que compreende o rapaz e seus ideais perante a uma sociedade materialista e individualista.
O livro é como uma reportagem, porém mais longa e pessoal. Já o filme foi feito como uma ficção. O que é interessante as diferenças de etilos que há entre as duas obras, assim pode-se ter visões distintas da história.

FICO BESTA QUANDO ME ENTENDEM, org. Cristiano Diniz.

Comentei nas leituras recentes — que é um post do BEDA, igualmente a este — que esse livro foi muito importante nesse momento. Ainda mais que estava lendo um livro da Hilda Hilst concomitantemente. Minha percepção sobre a autora foi mudando conforme a leitura, pois no começo eu até a julguei erroneamente — assim como muitos faziam, quando ela ainda era viva. Contudo, conforme as entrevistas iam avançando nos anos, eu percebi o quanto ela era incompreendida por todos; como as pessoas não entendiam seus livros e que isso a deixava muito chateada. Por isso o título ser esse: quando alguém a lia e via seu "eu" pelos seus escritos, ela ficava besta, extasiada por ver alguém a conhecer de verdade. Hilda foi uma autora deslumbrante (adjetivo que ela adorava usar), que precisa ser lida, e começando por essas entrevistas é um meio de caminhar alguns passos em sua direção.


Por fim, mas não menos importante, temos aqui a biografia mais adorável que li até o momento. Tolkien era uma pessoa extremamente exigente, ainda mais consigo mesmo. Aqui nos é apresentada a vida inteira de John Ronald Reuel; como se mudou algumas vezes; quando conheceu Edith, seu amor eterno; e quando publicou, finalmente, O Senhor dos Anéis. Passando por diversas aventuras e desventuras — serviu na Primeira Guerra e perdeu muitos amigos por conta dela — mas sem perder aquele espírito mágico e esperançoso que encontramos em seus livros.
Tolkien faz parte da minha pré-adolescência, então ter conhecido sua história com detalhes foi muito esclarecedor e me fez gostar mais de suas obras e de como se dedicava tanto a elas.


Menções honrosas para

Romancista como vocação, de Haruki Murakami

Assim como "Fico Besta...", falei mais desse livro no post de leituras, porém tive que colocar esse livro aqui, pois ele foi uma leitura fantástica. Aprendi muito sobre a visão de Murakami sobre ser escritor, e concordo com praticamente tudo o que ele falou. Além de ter pontos muito bem colocados, a linguagem é acessível. Então mesmo que você não tenha pretensão de tornar-se escritora, os assuntos que ele aborda são muito interessantes e sensatos.


O Diário de Anne Frank, org. Otto Frank.

Já este livro li faz um tempo e foi tão marcante quanto qualquer um dos já mencionados. Com o bônus de que vi muito da personalidade de Anne em mim. Evidentemente a história dela e totalmente diferente de tudo o que já passei na vida, porém algumas atitudes suas quanto a convivência com as pessoas me soou um tanto semelhante. Por esse motivo eu me identifiquei e sua curta jornada foi dolorida e ao mesmo tempo fascinante para mim.


obs: com os links disponibilizados você ajuda o blog e não paga nada a mais pelo livro ;)
J.

Comentários

  1. Juli eu também tô nessa mesma vibe de saber histórias mais reais. Amei as indicações.
    https://euecleticos.blogspot.com/

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  2. Menina, sabe que eu tb?Acho que é idade rsrsrs Li recentemente o Sobre a Escrita e choquei de tão bom. Anne Frank li na adolescencia e é fantástico. Um que li e mudou minha vida foi a Mágica da Arrumação, da Marie Kondo.
    E necessito desse no JRR Tolkien.
    Bjos flooooor

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    1. Ah, tô precisando ler essa da Marie Kondo e organizar/arrumar um pouco minha vida, hehe.
      Esse do Tolkien é lindo <3
      Beijins!

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