julie azevedo
Since 86. Queer person. leitora que escreve & escritora que lê. escuto música, bebo café e sou adepta do slow living e slow content. Aqui temos praticamente 15 anos de história. arte: yelena bryksenkova

Disquinhos mais ouvidos até agora

Estava só publicando quase só mais textões ou desabafos poéticos e comecei a pensar se devia colocar algo mais divertido por aqui nessa última semana de BAEDA (que até está indo melhor do que pensei depois que pensei que não ia dar muito certo haha). 
Até surgiram ideias para tags/memes, porém resolvi fazer um post sobre música, que é uma das coisas que mais gosto de escrever aqui nesse lindo bloguinho (mas acho que isso você deve estar cansada(o) de me ler falando sobre né?).

Vou falar um pouquinho dos disquinhos que tenho escutado até agora, em 2018, e você verá que não tem nenhuma novidade (pelos meus padrões, caso alguém aí saiba quais são, risos). Todavia o mais legal vai ser falar sobre cada um deles e tecer comentários elogiosos e mais críticos, embora eu não tenha praticamente nada de ruim para falar sobre eles, faz um bom tempo que não dou uma de “crítica musical”, hehe.


Something To Tell You - HAIM

Disquinho lançado em Julho do ano passado e que me fez ficar ouvindo as irmãs até dizer chega. E eu nunca disse chega, tanto que ele está aí no meu top 5, rs. Esse álbum é basicamente perfeito. Talvez ele não seja a personificação da perfeição porque pode haver uma ou outra música que você acaba enjoando mais rápido do que as outras. A partir de Walking Away fica mais ou menos assim. As três últimas músicas perdem a energia que as outras faixas vinham carregando até aquele momento. Não digo que parece outro disco, mas que a atmosfera que as três últimas músicas englobam não é a mesma que as outras tinham feito. Talvez se elas fossem como b-sides desse álbum faria mais sentido. De qualquer modo é um álbum tão bom, mas tão bom que é um grande pecado você não parar um diazinho para ouvir o segundo excelente trabalho das irmãs HAIM.

Faixas preferidas: Want You Back; Little of Your Love; Something To Tell You; Found It in Silence.



The Lumineers - The Lumineers

Álbum de estreia, com o mesmo nome da banda; segundo mais antigo da minha lista. Pode-se dizer que eu tenho problemas com as últimas três músicas de qualquer disco? (mas nem sempre) porque aqui acontece a mesma coisa que no anterior, das irmãs. A satisfação de estar ouvindo o disco começa a diminuir conforme vai chegando ao final. Entretanto de longe é um álbum cansativo ou monótono. Na verdade acho que era o que o The Lumineers queria fazer nesse aqui: deixar que a características do interior tomassem forma. Percebe-se o tom clássico que eles tocam, mas também com uma jovialidade moderna. É um álbum mais interiorano dos EUA que tem sua musicalidade nos tons clássicos. Para mim é diferente do que já escutei por aí, e vale um tempinho para se descobrir na banda. É o quarto disco que mais escutei. Da vida, sabe. Obviamente que ele tem o seu valor para mim, hehe.

Faixas preferidas: Submarines; Ho Hey; Stubborn Love; Big Parade.



Declaration of Dependence - Kings of Convenience

Aaah, o que dizer desse disquinho maravilhoso? Ele cabe em todas as horas que você possa imaginar: para dormir, para relaxar, para escrever. Adoro como o KoC mistura tão bem as influências da bossa nova em músicas que lembram tempo frio e aconchego. Não só isso, como a capa desse disco faz a gente pensar, tempo frio e aconchego NA PRAIA. Claro que as praias norueguesas devem ser muito diferentes das nossas aqui, mas ainda assim, é um lugar totalmente inesperado para mim. Mas devo dizer que no geral as músicas soam muito semelhantes umas às outras. E há quem diga que é quase música de elevador, só que comigo elas têm um efeito muito mais embriagante e absolutamente nada de entediante. Gosto é gosto né? Outra coisa a se comentar são as vozes dessa dupla. É uma coisa quase ASMR ouvir eles cantando no seu ouvido, é por isso que eu gosto tanto de dormir escutando esse álbum. Também porque é meu preferido da dupla. Enfim, é um disquinho gostoso para se ouvir tanto sozinha(o) como acompanhada(o) pois pode se ter um efeito calmante.

Faixas preferidas: 24-25; Mrs ColdMe In You; Rule My World.



Only Human - Calum Scott

Preste atenção nesse talento atual. Calum Scott é um promissor artista da música pop britânica, que acabou de lançar seu primeiro álbum e já saiu acertando no peito em cheio. Primeiro que seu trabalho envolve muito mais que músicas românticas ou mesmo com uma pitada mais dance, mas também a história de Calum se abrindo ao mundo e revelando quem ele realmente é. E não estou dizendo isso só por ele ter coragem de assumir sua homossexualidade, mas em falar abertamente sobre o amor e suas decepções em meio a tudo isso. Aí ele traz uma história inteira transcrita nesse disco lindo que é Only Human. Com canções que significam tanto para ele como quem se identifica LGBT+. Além de tudo a voz de Calum é surpreendentemente rica, sabendo controlar cada nota com maestria. Não estou exagerando, só procurar uma apresentação ao vivo que você já tira essa dúvida (que nem devia estar tendo). Cada canção é envolvente, te faz dançar ou querer chorar ali no cantinho. Por essas razões, a palavra de Only Human e de Calum Scott deve ser espalhada aos quatro ventos.

Faixas preferidas: Give Me Something; Rhythm Inside; Dancing On My On; What I Miss Most.



High As Hope - Florence + The Machine

Falei que faria um post só para esse disco — mas não era uma certeza. Porém até agora não consegui reunir exatamente as coisas que queria falar sobre ele, faixa a faixa, como era a ideia inicial. Então o trouxe nesse post conjunto, não sendo mais fácil falar sobre, mas é uma tentativa legítima. 
Florence deu seu coração e sua alma para falar sobre sua vida, seus problemas nesse quarto álbum de sua carreira. Ela fala sobre os problemas alimentares que tinha; pede desculpas a irmã; mostra o amor que tem pela cidade natal; faz uma ode a uma de suas maiores inspirações. E tudo o que se pode fazer é se juntar aos muitos coros em que suas canções foram submetidas, estufar o peito e cantar junto. Nem que seja só na cabeça. Há músicas que estão meio fora da curva? Talvez uma ou outra, mas o álbum como um todo é um diário das experiências mais assustadoras e íntimas de Flo. A banda é importante, claro, são eles que a ajudam a produzir e criar as melodias, mas tudo o que você pode ver nesse disquinho e Florence Welch dos pés a cabeça. Sem nenhuma máscara, sem nenhuma asa que a faça flutuar. Ela continua com suas pirações. Há pessoas que não apreciem sua voz tão alta e pronunciada; há quem não goste das músicas porque podem não fazer sentido, mas para mim nunca fez tanto sentido. E esse disco foi o mais ouvido por mim até agora pois ele me hipnotizou e agora já não tem como esquecê-lo.

Faixas preferidas: June; Hunger; Big God; Patricia.

(sim, ao falar de Florence eu não consigo ser nem um pouquinhozinho imparcial. não que nos outros álbuns eu tenha sido, porque amo todos, mas ao falar de Flo, eu fico mais inspirada que nunca, hehe)

J.

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