julie azevedo
Since 86. Queer person. leitora que escreve & escritora que lê. escuto música, bebo café e sou adepta do slow living e slow content. Aqui temos praticamente 15 anos de história. arte: yelena bryksenkova

Sou minha própria guia

Todos esses posts falando do que sinto, do incentivo; seja fiel a si mesma, faça as coisas no seu ritmo, não se force a nada etc. devem ser meio cansativos para quem lê esse blog. Soa levemente egoísta, talvez, porém penso que devem ser palavras mais para mim mesma, para ter força, do que qualquer outro motivo.


Tenho a impressão de que preciso ficar dizendo a mim sempre, reafirmando fortemente de que pertenço só a mim; que minhas vontades são só minhas e não gosto que me pressionem nem me obriguem a fazer as coisas. Embora me pergunte sempre o motivo de tanta reafirmação. Por que preciso sempre estar dizendo isso para mim? E às vezes penso que é um tipo de auto terapia.
Se eu não posso contar com alguém profissional (pelo menos não nesse momento) que dê um jeito de me guiar pelo meu caminho; preciso fazer um certo esforço para não pirar de vez.

Parece uma atitude legal e até admirável, mas é exaustivo por demais fazer isso sozinha. Contudo não consigo pedir ajuda para amigos e familiares, pois sempre vou ter a sensação de estar colocando um fardo que não é de ninguém, só meu, nos ombros dos outros. Então sigo em silêncio e tentando da melhor maneira conviver com minha cabeça quase sempre em 'ebulição'. Não é a melhor atitude, mas não sei fazer de outra forma.

Peço desculpas às pessoas importantes da minha vida por não saber pedir ajuda, mas não é algo fácil para mim. O que preciso é simplesmente de sorrisos e bons incentivos, eles já me ajudam a me distrair dos meus traumas e problemas que crio dentro do subconsciente.
Só quero poder sossegar a cabeça no travesseiro a noite e dormir o sono dos justos sem que minha mente borbulhe com suas inconstâncias. 

Espero poder me enxergar um pouco como os outros me enxergam. Um dia.

J.

Comentários