Quando eu era pequena amava fazer aniversário. Esperava ansiosamente para poder reunir meus amiguinhos em volta de um bolo delicioso, com a mesa cheia de docinhos e enfeites, para cantarmos Parabéns Pra Você.
Mas essa adoração só durou até meus 10 anos. Depois já nem gostava mais de fazer festa; e se tinha bolo para cantar parabéns, já era suficiente.
Com 16 eu não queria comemorar mais aniversário nenhum e detestava que cantassem Parabéns para mim. Foi aí que começou minha rabugice.
Essa é uma pequena história de como eu não ligo muito para meu aniversário. Mas hoje eu resolvi que ia escrever algo para mim mesma, porque afinal: eu sou eu, e sem o dia do meu aniversário eu não existiria, e confesso que gosto da minha insignificante existência.
Meu problema não é envelhecer, meu problema é envelhecer sem ter feito nada na vida. Sem ter algo marcado no meu currículo existencial.
Porém esse pensamento tem feito menos sentido ultimamente. Por que preciso fazer algo para marcar minha existência, se ela por si só já é um marco? E não, não estou sendo egocêntrica. É que somos especias por estarmos aqui vivendo como podemos, então eu me sinto especial, nem que seja uma vez por ano.
E aqui vai uma revelação que eu custo a fazer a quem não me conhece - mas acho que nessa fase da vida, nesse momento, o que eu preciso é me admitir, me contemplar, e pra isso acho que preciso revelar algumas coisas mundo afora. Pois bem, essa é minha 29ª primavera. Sei que a cara de menina de 20 engana, mas acho que tenho tantas coisas que posso ensinar aos outros. Em contrapartida eu sei que tenho muito o que aprender.
Não é que não me orgulhe de ser quem sou, nem das escolhas que fiz, é que tenho alguns arrependimentos. Contudo não é com eles que eu tenho que aprender, mas a vida é assim: você escolhe, você aprende; você pergunta, você aprende; você vive, você aprende.
Apesar de não ter grandes conquistas, como muita gente mais nova que eu, tenho a minha história e ela é única. Estou aqui nesse mundo confuso, mas mais confuso é o mundo aqui dentro que nem eu mesma entendo às vezes. Porém sei que terei luzes me guiando até em casa para me sentir segura, e que lá encontrarei alguém para me ensinar o que é viver.
Depois de quase trinta anos, aprendi muitas coisas. Aprendi que não é no que trabalhamos, não é o que estudamos, não é o que comemos, não é o que consumimos, não é a rotina cansativa ou uma rotina ideal, que nos define. O que nos define são nossos sonhos; são o que carregamos aqui dentro da alma, do coração. Sei bem quem eu sou. Também sei que posso me tornar milhões de outras formas, se assim eu desejar. E juro para vocês, não vou parar de desejar.
Talvez eu ainda não tenha encontrado o que estou procurando em mim, mas tenho uma vida inteira para isso. Vou continuar procurando até me dar por satisfeita. E continuo sendo a moça de franja rebelde, que pinta o cabelo de ruivo porque queria ser irlandesa; que coleciona livros e que lê mais de um por vez. Continuo sendo a viciada em cafeína e doces, que sente muita preguiça e sono sempre; que depende de imaginação.
Agradeço a todos que me fazem todo dia essa pessoa que sou e, ao mesmo tempo, uma pessoa diferente a cada dia. Elas sabem quem são. ;)
Parabéns para mim que tenho vivido da melhor forma que consigo, sendo feliz desse jeito desajeitado de ser. xD
J.
Minha baixinha perfeita; eu te amo, minha maluquinha =D
ResponderExcluirAmei o texto Ju! Muitas felicidades e tudo o de melhor para você sempre, parabéns! =*
ResponderExcluirObrigada, Núbia! E me desculpe só responder agora =P
ExcluirBeijins!
Feliz Aniversário, Juli!
ResponderExcluirLembro de um dos videos teus que você disse: "pareço ser novinha, mas só pareço. Não me pergunte, não vou falar a minha idade"
Agora eu eu descobri. hahahah
Oi Mari!
ExcluirHahaha, agora me libertei desse medo de falar a idade. x)
Obrigada, e desculpe pela demora da resposta...
Beijins!