julie azevedo
Since 86. Queer person. leitora que escreve & escritora que lê. escuto música, bebo café e sou adepta do slow living e slow content. Aqui temos praticamente 15 anos de história. arte: yelena bryksenkova

Não estou lá


Não tem sido uma boa época de escrita pra mim (nem de leitura, diga-se). Estou escrevendo um post por mês só para não deixar o coitado do blog morrer por falta de estímulo. Então um post eu tento fazer. Mas essa pausa, esse bloqueio de escrita criativa, tem me acometido esse ano.

A bem verdade é que eu estou cansada. Minha cabeça não anda boa, não sei mais o que quero fazer, não sei mais o que quero ser. Nas últimas semanas eu tive notícias boas, aconteceram alguns progressos, mas ainda me sinto pregada no chão sem poder dar um passo a mais. Eu não sei bem em relação a quê eu estou estagnada. Profissionalmente? Talvez. Emocionalmente? Não sei. Particularmente? Pode ser.
Mas nenhuma certeza.

Estou aqui tentando descobrir algo e só o que eu tenho é mais perguntas. São 3h41 da manhã, deveria estar dormindo há pelo menos duas horas. Deveria mudar minha rotina de sono; voltar a escrever; voltar a gravar vídeos; comer melhor. Só que tudo o que consigo pensar (e fazer) é ficar parada olhando uma timeline e “viver através dos outros”. O que não é nem de perto algo saudável.

Às vezes desejo voltar uns cinco anos atrás… Pra ser mais exata, gostaria de ser ou ter o mesmo ânimo e vontades de cinco anos atrás. Porque pelo menos eu fazia algo, tentava algo. Estava lá, em algum lugar. Mas agora é só querer dormir até cansar e acordar para as necessidades básicas: comer, limpar a casa, cuidar de quem está na casa, tomar banho.

Estou tão exausta de não ter mais motivação que fico sem motivação em tentar ter motivação (e não alcançá-la). Fez sentido? Espero que sim. Se não fez, paciência. Nem sempre trabalhamos com sentido.

São 3h51 e tenho que ir dormir. Ou rolar, sem conseguir me ajeitar, até cansar e finalmente dormir de exaustão.

p.s: o post anterior foi uma maneira mais suave e esperançosa de contar como me sinto. Esse aqui é mais real.

J.

Comentários

  1. Amiga, impressionante como estamos na mesma vibe. O cansaço, o bloqueio... Acho que podemos culpar 2019, sabe? Esse ano veio pesado, sem brilho, sei lá. Estou tentando quebrar tudo isso com meu novo cantinho, vamos ver no que vai dar.
    Um abraço bem apertado <3

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    1. Amiga, desculpa a demora em responder rs
      Pois é, estamos na mesma vibe só que numa vibe pra baixo né? Queria estar bem, mas ainda não tô lá (mesmo passando o fim do ano e o começo do novo).
      Eu vi seu cantinho e tá lindo, espero que vc tenha vontade de aparecer por lá muitas vezes com seus belíssimos textos :)
      Abração! <3
      Beijooo!

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  2. entendo 0% de astrologia, não sei até onde o cosmos interfere e tal mas tenho notado essa inquietação em muita gente. e eu tô no meio disso! essa coisa de passar por momentos breves de decisão e propósito até perder a graça, o sentido, e me ver perdida novamente, imersa na exaustão e vontade de dormir. o que é engraçado porque alguns aspectos da vida estão super ok mas quando penso a longo prazo, profissionalmente principalmente, me vejo meio a deriva. buuuuut, eu me agarro na ideia de que essa correria do dia a dia também nos suga muito da energia que a gente precisa pra se reorganizar com mais facilidade. e sabe, tô tentando me deixar recarregar, reorganizar, no tempo que for. dá uma bad ver vários hobbies de lado mas faz parte. a gente precisa arrumar a bagunça interna antes de se cobrar tanto né? sorte pra nós. que os dias fiquem mais leves e façam mais sentido. seja lá quais sejam os planos, as decisões e acontecimentos :) #deuxnocomando haha

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    1. Olha, Bá, não tem a ver com astrologia (bom, essa coisa já foi provada que não faz sentido, os astros não interferem na nossa vida, então...), isso que acontece é um período sociológico em que as pessoas estão mais ansiosas, mais estressadas. Tem a ver com tudo um pouco da nossa evolução...
      O jeito é se apegar no que ainda resta de bom pra gente; no que ainda nos faz ter forças. Mas procurar terapia ou alguma atividade que canalize certos emoções é uma boa também.
      E vamo que vamo né? rs

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