por OTTOKIM |
É evidente o que vou dizer: para que as coisas deem o mais certo possível, é preciso ser paciente e ter calma. Falando assim parece que estou dizendo nada mais que o óbvio, mas para quem tem a sombra da ansiedade e depressão rondando pelos dias, é difícil manter isso na hora da explosão.
Tenho pensando muito, muito mesmo, sobre como meu comportamento mudou de uns anos pra cá. Até perguntei ao maridón se eu realmente mudei em algumas coisas e fiquei até meio chateada que ele estivesse certo: eu era mais alegre e menos brava/irritada com certas coisas. Eu já tinha uma paciência curta, mas parece que ela encolheu ainda mais. Olhando pra trás — que ao mesmo tempo é interessante se fazer, também parece que é só para criar uma certa frustração — eu vi que uma atitude mal humorada e taciturna se apossou mais de mim, me tirando a vivacidade que sei que tinha antes.
Isso me preocupa um pouco mais hoje, pois eu ando sentindo o peso disso tudo: dessa falta de paciência; do estresse em excesso. Meu corpo físico não está mais segurando as pontas do que a mente já não aguenta há um bom tempo.
Por esses motivos que eu tenho procurado mais minimalismo. Porque ele no quesito sentimentos e sensações, também é necessário para uma vida mais leve e feliz.
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Não ia falar disso por aqui, mas como foi um dos motivos que desencadeou mais essa avalanche de pensamentos, acho que seria bom comentar.
Perdi minha avó no início desse mês. Senti muito e ainda estou sentindo — eu era muito apegada a ela, muito íntima e tínhamos uma relação muito boa — e foi essa perda que me fez refletir o que tenho feito comigo. Minha vó era uma das pessoas mais calmas e pacientes que eu já conheci. Pouquíssimas coisas a deixavam nervosa. Ela tinha na fé e na oração a força que dava para ela aguentar os baques da vida (diferente de mim que sou cética e descrente de divindade). Com seu falecimento, eu fiquei pensando porque eu não fui mais como ela, se aprendi tanto com seus ensinamentos, por que não me esforcei mais para ser mais calma como ela? Foi uns dias depois, em que ainda estava meio jururu pela casa, falando mais baixo do que o costume, por conta da falta de energia mesmo e do luto, que eu entendi que eu poderia ser mais assim, contida. Não cabisbaixa, mas mais serena e tranquila, de um jeito contente e que demonstre quem eu sou de verdade.
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Tive uma situação comum em que eu me estresso sempre, porém com uma espécie de meditação, decidi fazer diferente e olhar com outra perspectiva o que estava fazendo. Foi tudo tão diferente; tudo tão mais tranquilo, que quando terminei e fui tomar banho, não estava com dor de cabeça de estresse como sempre ficava.
Como disse mais cedo, parece ser algo óbvio de concluir, contudo sempre que eu podia enxergar as coisas como elas deveriam ser a ansiedade tomava conta e ficava “doente” por nada. Ninguém deveria ficar tão estressado com a vida. Já que ela é o que é, e tem que ser encarada.
Talvez a solução seja respirar fundo, mesmo. Tomar aquele ar (que massageia o cérebro) e pensar antes de agir.
Sei que algumas pessoas não suportam muito a ideia de good vibes; que pode até soar meio riponga (na real, nem é um problema, mas enfim...), só que é uma atitude que segura as coisas quando elas podem complicar. Não estou dizendo que não se deva tratar das coisas com seriedade, isso é diferente. Mas é tratar com seriedade e calma, para que a cabeça esteja lúcida e assim poder resolver o que tem que ser resolvido com a devida atenção.
Temos o péssima hábito de normalizar o mau humor. Não é nem bonito estar sempre de cara amarrada e resmungando irritantemente, nem saudável. Nosso corpo não merece esse tipo de tratamento, não é? Pois se a gente está irritado não tem como ver claramente a solução do problema.
Acho que meditar é um jeito muito prático e interessante de se conseguir a calma que se procura. Pelo menos eu estou mais em busca disso.
Bom, basicamente é isso. É uma meta que deveria estar em todos os lugares em que tenho minhas anotações. Para me lembrar sempre de ser mais paciente, relaxar mais e não implicar por motivos rasos. Minha vó já havia me ensinado isso, agora que ela se foi, é mais uma razão para levar em diante sua sabedoria e memória.
J.
Meus sentimentos pela sua avó.
ResponderExcluirComo pessoa que vive com TAG, notei que tenho esse problema de reagir a situações com muita raiva e estresse -- na maioria das vezes, desnecessários --, e a única prejudicada no fim sou eu mesma. Mudar é necessário.
Limonada
Obrigada, Tati.
ExcluirA terapia nunca foi tão necessária, né? Ou a gente tem que começar um processo, enquanto não pode ir ao psicólogo, porque se não a gente fica doente.
Oi, Juli
ResponderExcluirSinto muito pela sua avó e te mando todos os abraços, todo o carinho e good vibes possíveis nesse momento. <3
Muito válido o seu conselho de levar as coisas com mais calma. É algo que também tenho feito e ajuda muito a lidar com os imprevistos da vida. Como alguém afetada pela ansiedade, creio que esse conselho seja um dos mais importante e não é tão óbvio como muita gente pensa. Há dias em que a coisa mais difícil é manter a calma, né? Porém, como você disse, não dá para viver com raiva. Faz um mal danado, a cabeça não aguenta e o corpo pede ajuda. Também gosto da meditação, é uma técnica que ajuda muito nessas horas. E é aquilo, uma vez que recuperamos a calma, conseguimos enxergar as situações de perspectivas diferente e tudo se ajeita.
Espero que você encontre o que busque. Força!
Beijos
Ah, Michas, muito obrigada pela suas boas energias ♡
ExcluirHoje estamos cada vez mais bombardeados por tudo. Informação demais e a gente não tá conseguindo lidar como deveria. Por isso parar e se analisar (e se puder fazer terapia) é a coisa mais importante.
Tõ indo bem. Como você disse, tem dias que é mais difícil, mas a gente tem que se manter sã para poder caminhar.
Beijins e obrigada, de novo :)