julie azevedo
Since 86. Queer person. leitora & escritora. escuto música, bebo café e me preocupo demais com coisas que não deveria. Blog com quase 15 anos de história, onde as coisas acontecem devagar. arte: yelena bryksenkova

Where is the old Coldplay?


Estava aqui escutando e relembrando como Coldplay é uma das minhas bandas preferidas (se você quer saber mais sobre meu gosto musical só ver meu Last.fm); escuto há menos tempo do que gostaria, mas a conheço há mais tempo do que esse bando que apareceu dizendo ser fã, mas conheceu por causa da música com a Rihanna muita gente. E tenho me decepcionado, viu.
Coldplay sempre foi a banda de rock alternativo que fazia seus álbuns inspirados em bandas que começaram nos anos 80, como a-ha e U2
Aquela música que lembra coisa antiga, mas que tem um jeito moderno; um quê de viagem preguiçosa (e isso não quer dizer que a música deles seja preguiçosa, é só que eu acho que combina muito com uma roadtrip sem destino, sem pressa). Mas em 2011, com a estréia de Mylo Xyloto, parece que tudo desandou.

A começar pelo próprio estilo, que lembra em nada os álbuns anteriores.
Por exemplo: o X&Y tem todo um ritmo diferenciado e acordes baseados em músicas eletrônicas dos anos 70 e 80. Vide Talk. Ela tem parte da melodia de uma música do Kraftwerk (que aliás, foi colocada na música com permissão do grupo). Mas o antigo Coldplay de 2000, de Parachutes e A Rush of Blood to the Head, ainda está lá no fundo de algumas músicas, como The Hardest Part.

O que não entendo é uma banda mudar da água pro vinho "tão jovem". Porém entendo e até posso dizer um motivo. Acho que eles fizeram algo para agradar a todos os públicos: aos antigos que os acompanham desde o Parachutes, até os adolescentes mimimi que se dizem coldplayers, que é a coisa mais ridícula que eu já ouvi mais jovens que os descobriram há pouco tempo. Mas para mim não cola. Não dá pra engolir essas musiquinhas com esse ar pop (mas do Mylo Xyloto eu até gosto da Paradise e Every Teardrop Is A Waterfall, considerando que as duas não tem NADA A VER com o velho Coldplay, eu acabei achando-as legais, mas só). 

Por um golpe do destino - e acho que a melhor coisa que poderia acontecer com a banda em uma hora dessas - eles acabaram lançando a música Atlas para o filme Em Chamas, e voltaram-mas-não-voltaram com o velho Coldplay. Ali, de fininho, mas pode-se perceber.

Infelizmente isso não durou muito e esse ano eles lançaram o Ghost Stories, que não resgata nem um pouco do que eles tinham feito até 2008 com o Viva la Vida. Mas fazer o quê? Sentar e chorar sangue é a única opção. #dramaqueen

Isso acontece com as bandas. Essa coisa de se popularizar e vender música pra jovenzitos que nasceram depois da ascensão das próprias. Mas enfim, quem sou eu pra criticar o ganha-pão deles, não é?
Sou só uma fã desacreditada de que um dia eles voltarão a ser aquele Coldplay que me fez chorar, sonhar, desejar, me fez ser essa rabugenta que hoje reclama de mudanças, como se elas não acontecessem no mundo. Mas afinal, a vida é uma roleta.

J.

Comentários

  1. Excelente post, Juli! Isso é muito triste... Quando penso nessa popularização e adequamento ao que está rolando hoje em dia no mundo musical.. Poxa, eles perderam a originalidade :(
    eu sento e choro sangue com você.

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