julie azevedo
Since 86. Queer person. leitora & escritora. escuto música, bebo café e me preocupo demais com o que não deveria. Blog com quase 15 anos de história, onde as coisas acontecem devagar. arte: yelena bryksenkova

Os YAs de John Green

Normalmente eu faço um post de cada vez sobre um livro, mas dessa vez decidi juntar todos os livros do John Green que li ano passado e fazer um breve comentário sobre o que achei deles, do que gostei ou não gostei e porquê. Isso se deve o fato de que eu ando sem vontade de escrever um post mais longo sobre os livros, e querendo "matar dois coelhos com uma cajadada", foi essa a solução que achei. Espero não soar preguiçosa demais, mas agora já era, hehe.

John Green é conhecido pelos seus livros YA (termo em outros países como Young Adult, que para o português ficaria como jovens adultos, e não é a mesma coisa que infanto-juvenil), e pela boa escrita destes. Acho mesmo que JG é um dos autores YAs mais bem sucedidos hoje em dia. Mas eu realmente acho que ele sabe o que está fazendo, mesmo que a fórmula seja quase sempre a mesma coisa: garoto nerd e loser, que se apaixona pela garota mais legal da escola e vive uma aventura, com uma certa moral no final. Ele quebra isso, fazendo dos seus personagens adolescentes mais maduros e espertos do que os adolescentes hoje em dia - talvez quando ele e os amigos eram adolescentes eles fossem assim.
Gosto da escrita leve dele, mas que ao mesmo tempo é bonita e sem gírias exageradas, como alguns livros para jovens, com excesso de ~maneirismo. Bom, vamos aos comentários individuais de cada livro, por ordem de lidos.

Em Quem é você, Alasca? Temos o tal nerd loser que se apaixona pela menina legal; temos adolescentes que estão com seus instintos sexuais aguçados; que falam palavrões e coisas do tipo; mas também temos belas passagens em que Miles cita últimas palavras de pessoas famosas, coisa que ele adora colecionar. O livro foi uma leitura muito boa e profunda, porem eu arrastei um pouco o começo, para depois a leitura fluir como um rio cristalino. Ele não é meu favorito, mas sempre vou lembrar e recomendar com carinho desse livro ótimo.

Avaliação: ★★★★

Esse é o livro destoante de JG. Primeiro que, além de ser um YA, A Culpa é das Estrelas também é considerado um sick lit; segundo que desta vez a protagonista é uma mocinha, uma menina que de doce não tem nada, mas que conquista a cada página. Hazel é uma menina decidida, mesmo doente ela vive de maneira mais normal possível, mas um dia ela conhece Gus (ah, o Gus...) e parece que o mundinho dela meio que balança, mesmo ela sendo meio durona. Achei lindo o relacionamento dos dois, e confesso que nesse eu chorei. E olha que não sou de chorar com livros. Esse livro mexeu comigo e virou meu favorito.

Avaliação: ★★★★ ♥

Ao contrário dos outros dois acima, este eu acho que JG não foi muito feliz na história. Não que em O Teorema Katherine a escrita esteja pior ou algo do tipo, é a história mesmo que é muito chata. Além de ter a personagem mais insuportável que li até hoje: Lindsey Lee Wells. Como comentei nesse outro post, o livro é boring e sem muitas partes cativantes. Acho que o que salva o livro de ser ruim é o humor de John. Só que infelizmente, ele só colocou o seu humor em Hassan, o melhor amigo de Colin, o protagonista. Espero que este seja o único assim, mais sem graça do autor.

Avaliação: ★★

E por fim, Cidades de Papel. Não é o melhor livro do JG, mas está longe de ser o pior. Posso dizer que em certos momentos (passado do meio do livro) em que a história estava muito enrolada. Parecia que não ia continuar fluindo, mas acabou de um jeito legal. Pelo menos eu gostei. Margo é uma personagem meio complicada, que às vezes dá raiva, mas ela é carismática. Mas o livro é aquela formula: nerd loser que ama a garota mais legal da escola. Só que há outras coisas no meio; uma roadtrip, mistério, e até uma suposta morte. Nisso o livro é muito interessante. Eu recomendo como um bom YA.

Avaliação: ★★★


p.s: li os livros ano passado, e esse post era para ter saído meados de outubro, mas acabei enrolando para escrevê-lo, embora isso não faça tanta diferença. Está aqui e espero que apreciem.

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