julie azevedo
Since 86. Queer person. leitora que escreve & escritora que lê. escuto música, bebo café e sou adepta do slow living e slow content. Aqui temos praticamente 15 anos de história. arte: yelena bryksenkova

Na minha estante em 2013

Primeira vez que faço esse tipo de post fazendo retrospectiva literária - as de antes eram sempre só mostrando o que li e o que assisti, sem nenhum reconhecimento. Meio sem graça né? -, mas já estou adorando a ideia de fazer todos os anos. Esse ano li bem mais do que costumo. Acho que foram uns 46 livros, e estou feliz de conseguir esse feito. Apesar de que eu estava tentando alcançar os 52, mas minhas duas ressacas literárias no ano não deixaram. =P

Então, antes de começar a listar os livros quero dar os créditos, que são da Tary do Doces Rodopios. Ela criou esse meme em 2010; desse ano parece que ela mudou um pouquinho, mas aparentemente ela só mudou alguns nomes e acrescentou outras categorias. Vamos lá?



O melhor casal
Cecilia e Robbie, de Reparação. Eu os achei os mais fofos e os mais injustiçados, também. A história deles é triste demais, dolorosa demais. Dá até um pouco de raiva no livro, mas infelizmente se não fosse isso a história deixaria de ser tão intensa e boa.

Virei a noite lendo
O Lado Bom da Vida, de Matthew Quick. As pessoas acharam o filme lindo, fofo, e blablablá, porém o livro é trocentas vezes melhor! Ele tem um ritmo diferente e interessante, que te faz ficar com os olhos grudados e só te deixa largar quando seus olhos não aguentam mais ficar abertos. Sensacional!

Soco no estômago
Laranja Mecânica, Anthony Burgess. Essa categoria foi um pouco difícil, não porque haviam muitos livros "soco no estômago", mas por falta deles. Em 2013 eu evitei muito os livros mais fortes e pesados, mas Laranja Mecânica foi um livro que me arrebatou. Teve até uma noite que eu tive uns pesadelos, por o livro estar me causando reações físicas, como a Tary diz.  

O livro mais triste que li
Através do Espelho, de Jostein Gaarder, é um livro curto, mas profundo. Questionamentos vem a sua mente, e você fica pensando nas suas crenças. As conversas de Cecília com o anjo que a visita são belas e filosóficas. É triste, porque uma doença está tomando conta da menina.

A maior decepção do ano
A Menina Que Não Sabia Ler, de John Harding. Me desculpem quem amou esse livro, mas ele me decepcionou demais. O começo da história até é interessante, depois deslancha ladeira a baixo. Não é por não ter explicação para algumas coisas, é justamente pela explicação mais besta possível. Achei que o livro era de terror e apavorante, mas não passou de uma ideia repetida (veja A Outra Volta do Parafuso) que, você descobre no final ser maluquice. 

O mais chato
O Theorema Katharine, de John Green. Uma pena que JG tenha errado a mão nesse livro. Ele até tinha potencial para ser legal, mas o único personagem que salva é o Hassan, amigo do protagonista; só ele é engraçado aqui. O resto do livro é muito, muito boring. O teorema do Colin é muito insuportável, além dessa historinha dele e das Katherines, enche demais o saco.

Quase morri de tanto rir
Releitura de O Hobbit, de J.R.R. Tolkien. Esse é meu livro favorito do mestre. Ele é o mais leve, o mais divertido e também o mais hilário. Sim, os filmes são legais, mas o livro é clássico, não dá pra não querer ler as aventuras dos anões mais aventureiros, do hobbit mais carismático e do mago mais maluco.

Aventura, fantasia ou infanto-juvenil
A Bússola de Ouro, de Philip Pullman. Eu gostei da trilogia toda (e confesso que ainda não terminei o terceiro), mas o primeiro é o melhor. O mundo criado por Philip Pullman é extremamente detalhado, com suas regras. É necessário cabeça aberta para o que este autor quer dizer nesse livro, contudo, a leitura é reveladora e instigante. Muito bem escrita.

Autor Revelação
Eu já havia lido A Revolução dos Bichos de George Orwell, mas esse ano li 1984 e A Flor da Inglaterra que me fizeram admirar ainda mais esse autor. Ele tem um jeito único de escrever, no qual você percebe que é ele mesmo. Suas criticas sociais são bem difundidas e explicadas de maneira acessível. Eu adorei 1984 e me identifiquei demais com A Flor da Inglaterra. Orwell virou, sem dúvida, um dos meus autores preferidos. Ainda quero ler seus ensaios, que dizem ser excelentes.

Bate bola de personagens

Personagem masculino apaixonante
Augustus Waters, de A Culpa é Das Estrelas. No começo eu o achava meio egocêntrico, mas depois eu percebi que ele só era assim porque era um pouco inseguro. Se eu tivesse tido algum colega na escola que fosse assim, com certeza eu teria uma crush por ele, hehehe. Isso com meus 16-17 anos, né!  

Personagem feminina admirável
As irmãs Lisbon, de As Virgens Suicidas. Não é que elas são admiráveis pelo que fizeram, mas sim pela maneira como lidaram com as coisas. Deu pra sentir uma certa maturidade no começo, mas claro que depois elas perderam o rumo... acho. Eu não sei dizer o motivo específico, mas acabei me afeiçoando a essas meninas.

Personagem mais chato
Lindsey Lee Wells, de O Teorema Katherine, é a menina mais chata que vi em algum livro. Na verdade o livro é chato, a menina é um porre. Tive vontade de dar uns tapas nela de tão insuportável. Ela se acha a boa; é irritante e fica falando daquele jeito caipira forçado para que a achem legal. Me poupe.

Personagem mais legal
Patrick, de As Vantagens de Ser Invisível, é tão legal e doido, que acaba se tornando fofo. Queria ter um amigo que fosse 1/3 do que ele é e eu já estaria contente. Ele é amável e se importa com os amigos. Não tem como não adorá-lo. 

Personagem mais perturbador
Alex DeLarge, de Laranja Mecânica. Com toda a certeza Alex é muito perturbador. Para quem só viu o filme parece que não é tanto, porque ele é mais velho e tal, porém no livro ele tem apenas 15-16 anos. Ou seja, ele faz todas aquelas coisas bizarras e maldosas tendo pouca idade, é perturbador demais.

Personagem que mais me identifiquei
Anne Frank, e Gordon Comstock, de A Flor da Inglaterra. Quando terminei de ler O Diário de Anne Frank eu pensei em como ela se sentia, embora não pudesse saber na pele o que ela passou e o desespero que sentiu. Tem muitas características de sua personalidade que vi em mim mesma. E gostei disso.
Já com Gordon Comstock a identificação foi intensa, mas não necessariamente boa, já que ele é uma pessoa até meio fracassada e que reclama do pouco dinheiro. Não foi só com isso que me identifiquei, contudo, me doeu saber que sou parecida com ele.

O mellhor livro de 2013
Laranja Mecânica, de Anthony Burgess. Fiquei com dois corações em ter de escolher apenas um, mas se eu escolhesse mais não daria certo. Laranja Mecânica mexeu muito comigo; tive reações físicas, como disse no "Soco no estômago". Por ser um livro perturbador e pesado eu acabei ficando assim; meio deprimida também. Mas o final é de dar um pouco de esperança, se é que você me entende.
Acho que não preciso ficar contando a história, pois ela é bem batida, e se você ainda não assistiu ao filme, pelo menos, vai logo porque está perdendo tempo. Aproveita e leia o livro antes, vai explodir sua cabeça.


Espero que tenham gostado do post e se quiserem responder essa tag, fiquem à vontade, mas não esqueçam de dar os créditos para a Tary.

Sei que demorei a aparecer esse ano, mas vou tentar ser mais ativa aqui. Logo vem mais posts sobre livros. ^^

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