No meu peito cabem vontades. Cabem ideias, cabem sonhos. Mas é lá onde eles nascem, crescem e, às vezes, morrem. No meu peito cabem luzes de Natal, chocolates de Páscoa, e também borboletas e ventos sulistas. Nesse meu pequeno peito cabem corações, porque ele não é um só, pois meu amor se divide em milhões quando eu me apaixono pela vida. Nele cabem, também, expiração e inspiração.
No meu peito só não cabem pássaros, porque eles voam depressa demais, contra o vento. Eles querem sair e bicam, ferindo algumas vontades que eu abracei.
No meu peito não cabem pássaros, nem asas; elas ficam em outro lugar, onde eu posso coloca-las nas costas e fingir que sou um anjo a voar.
No meu peito cabem vivencias, experiências. Mas não cabem pardais nem rouxinóis. No meu peito cabem vinhos e noites frias, mas não cabem andorinhas nem cotovias.
No meu grande peito cabem todas as alegrias do mundo, minhas e de quem merece ser feliz de verdade. Mas não cabem águias nem falcões, pois rapinas são fatais e podem rasgar rapidamente meu peito e de lá sairão todas as coisas importantes para mim.
No meu peito só não cabem pássaros, porém o mundo cabe nele, com suas cores e delírios; com suas nuvens e as chuvas, que carregam minhas tristezas para longe de mim.
bom que no seu peito caiba tanta coisa. dá pra ir fazendo coleções, juntando sentimentos
ResponderExcluir»»» Emilie Escreve