julie azevedo
Since 86. Queer person. leitora & escritora. escuto música, bebo café e me preocupo demais com coisas que não deveria. Blog com quase 15 anos de história, onde as coisas acontecem devagar. arte: yelena bryksenkova

Les choses simples de la vie


Assisti novamente ao filme francês O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, e é inevitável não pensar em como a vida pode ser mais bela se, simplesmente, nos atermos muito mais às coisas simples do que complicá-las com problemas, reclamações e tristezas sem motivos. A rotina humana acaba por nos fazer esquecer de aproveitar algumas coisas que não necessitam de dinheiro demais nem tempo demais para aproveitá-las.

No filme, o narrador cita os personagens e do que eles gostam de fazer. Coisas bobas como estourar plástico-bolha, estalar os dedos, mergulhar a mão no saco de cereal, até algumas meio estranhas como ver um toureiro sendo chifrado e o barulho do pires no azulejo. Mas são os momentos pessoais de cada personagem ali, por isso eles se sentem bem fazendo isso.

Saber apreciar cada coisa por si só é um talento que é inato em nós, só precisamos prestar atenção. Triste é que as pessoas, embebidas em um desânimo desgastante, tendem a fazer um esforço pra lembrarem-se dessas pequenas felicidades, que podem ser encontradas sem termos que procurar demais.

Ler um bom livro; assistir o filme preferido; cantar ou dançar aquela música alegre; brincar com o bichano; tomar um banho demorado; cozinhar; beber uma coca-cola geladinha; fazer as unhas; fazer algum esporte; escrever uma carta; descansar depois do almoço; conversar com os amigos; passear no parque; fazer compras gostosas; comer um bolo de chocolate; jogar vídeo-game; olhar o nascer ou o pôr-do-sol; tirar fotos; desenhar etc. São só alguns exemplos baseados no que já ouvi que as pessoas gostam de apreciar. E convenhamos que não seja difícil pra ninguém, sendo que, provavelmente, tenham esses recursos.

Cabe cada um procurar algo que lhe agrade mais e fazê-lo com o simples prazer de relaxar e não pensar em problemas nem nas responsabilidades que temos no dia a dia, mas que nos cansam por fazerem parte da rotina.

p.s: Esse texto eu não escrevi hoje, já faz um tempinho que tive essa inspiração pelo filme da Amélie. Ele ainda não tinha sido publicado porque achava que ele não estava bom o suficiente; minha ideia era editá-lo totalmente. Mas como tenho momentos em que não estou me cobrando tanto e aceito mais as coisas que escrevo, decidi resgatá-lo por achar que fiquei tempo demais sem postar hehe.

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