Há exatos seis dias excluí minha antiga conta no Skoob.
Eu vinha pensando nisso há uns meses — o Twitter, por exemplo, já era; a conta está lá, mas não a usarei mais nem retornarei para aquele lugar insalubre —, mas não tinha certeza, porque a conta que eu fiz era de 2009, do ano em que o Skoob surgiu. Tem essa coisa da gente se apegar a algo que mantemos por tanto tempo, né? No fim até que foi fácil ver a conta se apagar para todo o sempre.
Só que alguma coisa estava me deixando um tanto quanto ansiosa. Uma pressão estranha em relação às leituras, quantidade de livros para ler e quanto compro versus quanto leio. Sei lá, pode ser só coisa da minha cabeça, mas essa pressão ficava mais evidente quando olhava minha estante no Skoob, por saber que um monte de gente ainda podia acessar, fuçar e me julgar, por eu comprar muito e ler pouco. Sei lá, só cansei de sentir mais essa ansiedade. Já tenho outras tantas, não preciso de mais uma, sabe?
Então fui lá e exclui essa conta de 15 anos. Percebi que a conta em uma rede social é só isso mesmo, uma conta. Não é uma vida, não é a coisa mais importante como às vezes a gente faz parecer. Fiz outra conta, porém não irei divulgar meu user em lugar nenhum. Recorrerei a ele apenas para algumas funções que me ajudem a visualizar melhor algumas coisas (as capas dos livros por exemplo) e é isso.
Vou continuar com meu bom e velho caderninho de leituras. Faz tempo que anoto o que comprei — para ter um certo controle — e o que li no ano. Então ele será minha base. O Skoob é só para eventuais consultas; uma organização digital mesmo.
Sobre usar outros aplicativos, como o Notion, é um pouco complicado para mim. Nunca me dei bem com esse tipo de app organizador. Acabo preferindo algo que me dê algumas funções prontas, como lá no Skoob ou Goodreads, em que você pode montar meta de leitura só adicionando o livro já cadastrado. No Notion eu teria que montar tudo do zero e isso já é mais trabalho do que eu quero.
No mais estou aliviada, com sentimento libertador de ter me livrado de mais uma rede social que pressiona sem querer, mas não faz bem de todo modo. Sei que ela não afeta as pessoas da mesma forma, mas como eu já andava há um tempo me sentindo meio esquisita com relação à minha forma de ler e registrar as leituras, achei que foi uma ótima decisão.
Outra coisa também é que faz um certo tempo que não acompanho tantos canais literários. Dos que sou inscrita e são realmente muito ativos nas minhas inscrições deve ter uns cinco, os outros publicam com menos frequência e o resto dos canais não são necessariamente booktubers. Tenho gostado muito de canais que fazem, principalmente, vlogs. Só que tenho sentido essa canseira do online e tenho passado menos tempo no Youtube como um todo. Ou pelo menos tentado.
É isso, tenho tentado ficar o mais longe possível do online. Não digo que não usarei muito a internet, mas quero repensar e mudar mais meu consumo de internet e telas. No momento um passo de cada vez, quem sabe mais para frente consiga realinhar muito mais e não sinta mais a necessidade de ter nenhuma, nem mesmo o Instagram (desse acho difícil me livrar de verdade).
Vejo que é está sendo um movimento bem grande de pessoas se desfazendo das redes sociais, porém não sei dizer se isso é realmente bom ou ruim, acho que é só uma mudança que acaba acontecendo pois todo mundo está muito cansado, ansioso e enjoado de como as coisas estão.
Mudar faz bem; sempre gostei de mudanças que me fazem bem, essa é mais uma delas.
[imagem por Maori Sakai]
J.
Se está fazendo bem para você, é o que importa. Temos que ter saúde emocional, mental e por aí vai. O mundo tem andado muito louco.
ResponderExcluirBoa semana!
O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!
Jovem Jornalista
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Até mais, Emerson Garcia
Oiee!! Menina, tô chocada com sua coragem! Chocada e com inveja do seu desapego, hahaha. Também tenho minha conta lá desde os primórdios e é a única rede social que ainda tenho. Porém, desde a mudança do site pra uma rede social MESMO (com a repaginada do app, a gamificação das resenhas e históricos de leitura etc) eu meio que fui perdendo um pouco a graça com o site... Meu estágio atual é 0 amigos (os seguidores eu não consigo apagar) e uma timeline sem atualizações (eu apagava os históricos pra ficar só pra mim). Tentei voltar essa semana, mas as curtidas me deixam ansiosa também! Eu queria muito conseguir salvar meus dados, mas o máximo que consegui antes de bloquearem a opção foi salvar uma planilha com o nome dos livros, aff. Eu pensei em levar tudo por goodreads porque parece que eles têm uma ferramenta boa de exportação e você consegue ter um perfil mais privado, mas e a coragem meu deus!! Por isso sempre falam que o conteúdo que você posta em redes sociais não é seu...
ResponderExcluiroie! :D
ResponderExcluirsemana passada desativei meu facebook (que só usava pra fazer login em outros sites com a conta ou pra saber o aniversário das pessoas) e senti exatamente o que você comenta no post: como se por muito tempo eu tivesse entendido que minhas lembranças de vida estavam lá, e depois de apagar, percebi que é só uma conta.
"conta em uma rede social é só isso mesmo, uma conta. Não é uma vida, não é a coisa mais importante como às vezes a gente faz parecer" - acho que aqui você resumiu tudo sobre as redes no geral. a vida está acontecendo no offline, o registro dela, do que fazemos acontece sem precisar dar um check em app ou postar no story. acho que o que nos falta é equilíbrio para usar as redes.
ResponderExcluirbeijo enorme!
Compartilho do mesmo sentimento que você!! Eu tive uma conta muito antiga no twitter; criei ela em 2012 logo quando ganhei um computador. É estranho o sentimento de "apego" com uma conta em rede social, algo que não existe de fato. Porém, havia tantas memórias, imagens e coisas por lá que, por muito tempo, a mantive. Quando descobri a opção de salvar todo o arquivo do twitter em formato zip, minha vida mudou. Agora, não tenho mais medo de deletar as redes sociais que não me fazem bem.
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