Em sua garganta morava a afinação, ritmo e elegância. Era um rouxinol de tão perfeito canto, de tão deslumbrante o tom.
Enquanto a música ecoava pela sala, indo passear pela janela, alguém distraída pelo mundo notou a agitação de melodias vinda da moradia. O gesto seguinte de dobrar os cabelos atrás das orelhas significava interesse a musicalidade percebida.
Enquanto a música ecoava pela sala, indo passear pela janela, alguém distraída pelo mundo notou a agitação de melodias vinda da moradia. O gesto seguinte de dobrar os cabelos atrás das orelhas significava interesse a musicalidade percebida.
Os próximos passos foram dados em direção à janela convidativa. O canto do rouxinol era mais alegre do que podia se esperar. Ela comparou não com esse pássaro tristonho, mas com um canário em seu contentamento.
Debruçou-se no parapeito da vista e pôs-se a ouvir, notando a voz estonteante, e seu instrumento de cordas rígidas era o que mais lhe chamava atenção.
Ao se dar conta da presença estranha, da proximidade, os dedilhados e a canção pararam. Com o olhar de um animalzinho assustado, olhava de soslaio para a entrada de luz.
Os dois olhares se encontraram; e não precisou-se dizer qualquer palavra. Aquele instante pacífico e delicado se encontrou em dois sorrisos ternos.
Pois lá no fundo sabiam o que tinha acontecido: um encanto mutuo.
Esses dois lábios em sorriso, que se abririam futuramente, não só para cantar melodias, mas para se encontrarem em beijos doces, pertenciam um ao outro a partir daquele belo momento.
Pois lá no fundo sabiam o que tinha acontecido: um encanto mutuo.
Esses dois lábios em sorriso, que se abririam futuramente, não só para cantar melodias, mas para se encontrarem em beijos doces, pertenciam um ao outro a partir daquele belo momento.
J.
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