julie azevedo
Since 86. Queer person. leitora & escritora. escuto música, bebo café e me preocupo demais com coisas que não deveria. Blog com quase 15 anos de história, onde as coisas acontecem devagar. arte: yelena bryksenkova

Come away with me...and Norah Jones

Música boa é assim, você escuta, escuta e não cansa mais de escutar hehehe Foi o que aconteceu quando eu comecei a ouvir Norah Jones. Canções doces naquela voz macia...ela sabe bem o que faz, e só temos que agradecer por isso. Com tantos ruídos por aí, um mar de água cristalina é necessária quase sempre. Além de ser uma das minhas cantoras favoritas (ao lado de Alanis Morissette e Shakira - estilos totalmente diferentes, mas enfim...) ela virá ao Brasil, e isso me inspirou a falar dela, pra quem ainda não conhece, ou quem não teve coragem de escutar um pouco do som que ela faz tão ricamente.

Falar dessa exímia musicista, que desde 2002 está na estrada com seu primeiro álbum, o Come Away With Me, não é tão fácil, mas vou tentar. Nesse álbum você pode notar as leves melodias com letras suaves e românticas, com uma puxada de jazz e pitadas de soul/folk. O primeiro álbum alçou sucesso pela música Don't Know Why, que ganhou Gramys em 2003 por melhor álbum e Norah por melhor artista revelação. Desse albúm eu realmente recomendo duas outras músicas, além da citada: a faixa título Come Away With Me e Lonestar, duas músicas poéticas e delicadas o suficiente pra fazer você pegar um lenço e chorar as mágoas (com relação a primeira) ou colocar pra tocar enquanto sonha acordada (sobre a segunda).

No segundo álbum Feels Like Home (2004), ela deixou um pouco de lado o jazz para embarcar em uma inspiração mais country. Tanto que na música Creepin In ela faz um dueto extremamente adorável com Dolly Parton. Claro que nem tudo no Feels... lembra country; temos um contra ponto com Sunrise que parece ter tido toques do mesmo soul que havia no primeiro álbum, e assim se destacando como uma das minhas músicas preferidas dele. Mas tudo que ela coloca nesse segundo é como se você deixasse onde mora para algo mais tranquilo. Digamos que no primeiro se está na cidade grande, sentindo-se sozinha(o), e nesse segundo no campo sentindo o cheiro da terra.

A maturidade da música de Norah veio em 2007 com Not Too Late do qual parece ter saído de apresentações em bares dos anos 40. Digo "maturidade" pelo álbum mostrar uma certa linha com músicas mais adultas, e também pela cantora estar com um ar mais mulher do que de menina, como o que tinha nos anteriores. Aqui ela fala um pouco mais de corações partidos e decepções. Para mim as melhores músicas são Sinkin' Soon, que como eu comentei, anos 40 bem lembrados; Thinking About You, que é embalada numa mesma melodia sem muitas mudanças nos acordes, mas você estala os dedos enquanto ela canta; e Rosie's Lullaby, melodia um pouco triste que deixa a música especial.

O que me espantou foi o quarto álbum The Fall, de 2009, em que ela quase deixa de ser Norah Jones pra ser uma versão mais pop, o que não me agradou muito, com exceção de Chasing Pirates, que só por que lembra vagamente o terceiro álbum com um pouco do primeiro, e ser mais alegre, eu perdoei. Mas nesse último perdeu o charme que poderia ter, mesmo a produção e tudo o mais continuar muito bons, parece que ela deixou mais os outros músicos fazerem o trabalho dela. Claro que o álbum não é ruim, mas ele foge muito do que ela tinha feito nos outros anteriores, e parece que sua essência não está lá. Apesar de Norah ter mudado o visual - para um cabelo mais curto e roupas mais sexys - as músicas não a acompanharam com o mesmo glamour.¹

E não podemos esquecer de sua primeira passagem pelo cinema, em My Blueberry Nights (em português ficou Um beijo roubado), onde interpreta uma garçonete de coração partido, que sai mundo afora juntando dinheiro para comprar um carro e acaba conhecendo alguns personagens e seus dramas com relacionamentos entre casal e família. Nesse tempo em que vive viajando pelos EUA, em um bar Jeremy - interpretado pelo charmoso Jude Law - a espera com a esperança de seus sentimentos serem correspondidos pela moça. O filme foi bem elogiado pela crítica, embora muita gente tenha dito que o filme é fraco. Acho que o problema aqui é que as pessoas não o veem com simplicidade e delicadeza, mas enfim...questão de gosto. O filme é de 2007 e dirigido por Wong Kar-Wai.²

A trilha sonora do filme eu nunca parei pra escutar, o que é um erro. Nela as composições ficaram a cargo de Gustavo Santaolalla, Otis Redding, Cassandra Wilson, e Amos Lee. Com músicas interpretadas além da própria  Norah Jones e dos compositores, estão Cat Power, Ry Cooder e Mavis Staples.

Relação da trilha sonora:
  1. The Story - Norah Jones - 4:10
  2. Living Proof - Cat Power - 3:10
  3. Ely Nevada - Ry Cooder - 2:31
  4. Try a Little Tenderness - Otis Redding - 3:19
  5. Looking Back - Ruth Brown - 4:16
  6. Long Ride - Ry Cooder - 3:13
  7. Eyes on the Prize - Mavis Staples - 4:06
  8. Yumeji's Theme - Chikara Tsuzuki - 2:22
  9. Skipping Stone - Amos Lee - 2:21
  10. Bus Ride - Ry Cooder - 2:58
  11. Harvest Moon (Neil Young) - Cassandra Wilson - 4:44
  12. Devil's Highway - Hello Stranger - 5:34
  13. Pajaros - Gustavo Santaolalla - 2:22
  14. The Greatest - Cat Power - 3:24

Sobre os shows que ela fará no Brasil, bem...no site da Rolling Stone Brasileira você pode encontrar informações de datas, e sobre ela lançar um álbum com parcerias. Eu queria demais ir no de São Paulo que vai ter entrada livre, mas infelizmente a data não me permite. Espero que daqui há uns aninhos ela venha de novo, aí estarei mais preparada. Então,  minha opinião sobre essa interprete de belas canções está dada, agora é só pegar as dicas de músicas e se jogar a escuta-las, tirando suas próprias conclusões. ;)

Comentários

  1. Eu gosto de Norah Jones, mas hoje em dia só escuto mesmo as musicas do álbum de estréia mesmo. Mas gostei do post, bem rico em informações e bem escrito. Well done!

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  2. Hello, baby

    Conheci Norah Jones há uns anos, quando ela participou de uma música com o Ray Charles, mas nunca adquiri o hábito de ouví-la mais atentamente, até recentemente, por motivos bastante pessoais. A voz dela é muito gostosa de se ouvir e a maneira como ela flerta com jazz, blues e country muito me atrai.

    Post bem completinho

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  3. (fui responder só agora, duh)

    Que bom que gostaram do post, não imaginam como isso é importante pra mim ^^

    Thanks =*

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